Paciente fica acordado e se comunica com os médicos durante cirurgia no cérebro no interior de SP
Imagine realizar uma cirurgia no cérebro totalmente acordado durante o procedimento. Foi o que aconteceu com o Anderson Felipe Martins da Silva, de 37 anos, que precisou passar por uma cirurgia em Taubaté, no interior de São Paulo, para retirada de um tumor no cérebro e acompanhou toda a movimentação da equipe. A cirurgia foi realizada recentemente no Hospital Regional de Taubaté. Foi a primeira vez que a equipe de neurocirurgia realizou o procedimento dessa forma na unidade.
Segundo Anderson, que trabalha como auxiliar de estoque na cidade, durante a cirurgia era possível escutar e se comunicar com a equipe médica.
“No momento da cirurgia, eu escutava tudo, desde a parte de equipamentos, todo o barulho, escutava tudo. A todo momento ele [o médico] falava para eu levantar a mão, fazer o positivo, aí eu fazia para ele”, contou.
O médico responsável pelo procedimento foi o doutor Fábio Carreirinha, que, além de médico neurocirurgião, atua como chefe do serviço de neurocirurgia do Hospital Regional de Taubaté.
De acordo com o médico, a anestesia fez um bloqueio anestésico para que o paciente não sentisse dores.
“É feita a anestesia, ela faz um bom bloqueio anestésico no couro cabeludo, na região que causa o estímulo doloroso, mas no intra-operatório, no momento principal da cirurgia, o paciente está completamente consciente, colaborativo. Ele tem que estar desse modo para a gente poder usar essa técnica”, disse.
A técnica usada é conhecida como ‘awake’, que significa ‘acordado’. Esse tipo de cirurgia já é realizado em grandes centros médicos e ajuda a diminuir os riscos de danos cerebrais.
“É importante para a gente preservar várias funções nobres do cérebro, que a gente chama de áreas eloquentes. A gente faz isso para tumores cerebrais, em áreas nobres, para que se evite que a gente cause alguma sequela ou lesão ao paciente”, explicou Carreirinha.
Agora, após a cirurgia, Anderson conta que ainda sente algumas dores de cabeça, mas que está mais aliviado após o procedimento.
“Depois que essa cirurgia foi feita, eu me sinto mais calmo e mais tranquilo. No pós-cirúrgico a gente sente umas dores de cabeça no começo, porque você está na UTI. Aí toma anti-inflamatório, mas, ao contrário disso aí, graças a Deus, estou me cuidando e está passando”, finalizou.
Por:G1
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